Encerra hoje, dia 31 de dezembro, o mandato do prefeito eleito em 2016 pela maioria do povo de Patos, Dinaldo Medeiros Wanderley Filho, e de forma melancólica e para muitos, injusta. O governo que acabou mesmo antes de completar dois anos.

Eleito com discurso austero, de honestidade e transparência, Dinaldo não conseguiu traduzir isso em realidade, e governou durante apenas 1 ano, sete meses e quatorze dias ao ser afastado em 14 de agosto de 2018 pelo Tribunal de Justiça da Paraíba que impôs medidas cautelares após a deflagração da Operação Cidade Luz por parte do Ministério Público Estadual. Dinaldo não chegou a ser preso, mas também não voltou mais ao poder.

De lá pra cá, muitas foram as tentativas de voltar a cadaeira do Palácio Clóvis Sátyro, todavia, todas mal sucedidas junto ao Tribunal de Justiça, Superior Tribunal de Justiça e até no Supremo Tribunal de Federal, com diversos recursos, todos julgados improcedentes.

Para seus advogados, Dinaldo foi um injustiçado, pois desde o seu afastamento nunca foi julgado, ou sequer chegou a ser ouvido nos autos do processo, estando fora do poder durante todo este tempo onde sofreu um julgamento considerado antecipado, na ótica deles e de muitos patoenses.

Injustiçado ou não, o fato é que o prefeito eleito com mais de 26 mil votos ficou mais tempo fora do poder, 2 anos, quatro meses e 15 dias, que governando, o que para muitos juristas, trata-se de fato raro, pois muitos gestores afastados conseguiram voltar em pouco tempo ao poder, para até completar seu mandato governando para depois serem julgados.

A ansiedade de mudança e de um governo diferente capaz de dar um novo rumo a cidade de Patos, na mente de muitos, principalmente daqueles que depositaram seus votos no 'Cara da Mudança', logo logo se transformou em frustração e angústia diante da instabilidade instalada na Capital do Sertão a partir mesmo antes do seu afastamento diante do desgoverno instalado.

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Desde sua saída, Patos vivenciou os períodos administrativos de Bonifácio Rocha, (de 15 de agosto de 2018 a 4 de abril de 2019), Sales Junior (de 5 de abril a 20 de agosto de 2019, e Ivanes Lacerda, de 23 de agosto de 2019 até os dias atuais.

Neste intervalo, Dinaldo também ficou sem receber seus vencimentos mesmo tendo direito. Em julho deste ano, ele, porém, solicitou o pagamento dos 23 meses em que ele ficou sem a remuneração de gestor, sem contar os meses subsequentes até o fim deste ano.

O atual prefeito Ivanes Lacerda fez consulta junto ao Tribunal de Contas da Paraíba e, até onde se sabe, não realizou até hoje o pagamento de mais de R$ 400 mil.

Durante todo este tempo, Dinaldo ficou proibido de se ausentar do Estado da Paraíba e de se aproximar a menos de 200 metros de prédios públicos municipais. Os efeitos das cautelares permaneceram até hoje.

A expectativa agora findo o mandato, é que todos os processos a que responde, pelo menos três grandes ações no Tribunal de Justiça, sejam remetidos agora para Primeira Instância judicial já que ele agora passa a ser um cidadão comum.

E por falar em cidadão comum, viveu hoje o seu último dia mandato como um dos mais comuns dos cidadãos patoenses: foi visto numa barbearia jogando sinuca com sua esposa enquanto seu filho cortava o cabelo. Momento bem diferente de quando foi eleito e começou seu mandato quando ainda sua popularidade estava em alta.

Saiu do poder mesmo antes, sem sequer, ser candidato a reeleição, ou apoiar um candidato, embora tenha anunciado apoio a candidatura de Lenildo Morais (PT) e depois anunciado que não votaria em nenhum dos quatro candidatos.

Para muitos, aqui é o fim de uma era.

Cidade Luz

Dinaldo e mais 12 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) por conta das investigações da Operação Cidade Luz. Eles são acusados de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, desvio de recursos públicos, fraude em licitação e lavagem de capitais.

Segundo o Gaeco, a investigação mostrou que, em 10 meses, a organização criminosa obteve um enriquecimento ilícito de mais de R$ 739 mil, desviados de contratos firmados com a Prefeitura de Patos, no montante de R$ 1,3 milhão. O Ministério Público apurou que, no período anterior às eleições de 2016, o então candidato Dinaldinho organizou um esquema criminoso para o recebimento de vantagens ilícitas pagas por empresas com as quais a Prefeitura de Patos manteve contrato, a partir do ano seguinte.

Dinaldo nega todas as acuações e até hoje espera julgamento.

Portal 40 graus - Vicente Conserva 

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