O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deu posse numa discreta cerimônia no Palácio do Planalto, nesta terça-feira (23), ao médico Marcelo Queiroga como novo ministro da Saúde. 

Segundo fontes, o novo ministro esteve com o presidente em uma cerimônia simples, como pedira Queiroga em virtude da gravidade da pandemia.

Para oficializar o ato ainda é necessária a publicação no Diário Oficial da União, no entanto, a exoneração do atual ministro Eduardo Pazuello ainda não foi expedida pelo presidente da República. 

A troca de comando no Ministério da Saúde foi anunciada na semana passada. O médico cardiologista aceitou o convite do presidente da República na segunda-feira (15), desde então ele tem participado de uma série de reuniões com o atual chefe da pasta, lideranças sanitárias e políticos para firmar a transição de gestão. 

Em uma de suas primeiras declarações como ministro nomeado, Queiroga disse que a política de combate à pandemia é responsabilidade do presidente, cabendo ao ministro apenas a tarefa de executá-la.

O médico tem feito elogios ao trabalho do general Eduardo Pazuello, porém, em entrevista à CNN na sexta-feira (19), o novo ministro disse que a sua gestão terá como principal diferença em relação a do militar o “compromisso com as medidas de bloqueio do vírus”.

Apesar de se comprometer em aplicar medidas de neutralização da circulação do vírus, o médico declarou mais de uma ser contra a adoção do lockdown, sobretudo como política de governo no enfrentamento à crise sanitária instalada no país.

De acordo com o novo ministro, é preciso que o governo conscientize as pessoas da importância do distanciamento social responsável, do uso de máscaras e da higienização das mãos como forma de prevenção ao coronavírus.

Para efetivar as suas ideias e manter o alinhamento com o presidente, Queiroga pretende fazer mudanças na equipe do Ministério da Saúde já nos primeiros dias de sua gestão, como contou à CNN.

Conheça o perfil do novo ministro da Saúde:

Segundo currículo divulgado na plataforma Lattes, Marcelo Antônio Cartaxo Queiroga Lopes formou-se em Medicina em 1988, pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Ele se tornou residente em Cardiologia em 1992, no Hospital Adventista Silvestre, no Rio de Janeiro. 

O currículo Lattes, referência na carreira acadêmica, é preenchido pelo próprio Queiroga, que assume a responsabilidade pela veracidade das informações. A última atualização foi em outubro de 2020. Antes de assumir o Ministério da Saúde ele atuava como presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

Ele afirmou ter um doutorado em andamento desde 2010 em Bioética, na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, em Portugual. Marcelo Queiroga afirma trabalhar como diretor do Departamento de Hemodinâmica e Cardiologia do Hospital Alberto Urquiza Wanderley e cardiologista no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, ambos na Paraíba.

Busca feita pela CNN no histórico de publicações no Twitter oficial do médico, verificado pela plataforma, há duas menções ao presidente Jair Bolsonaro.

A primeira data de julho de 2019, quando Queiroga publicou uma foto de Bolsonaro conversando, no Congresso, com o então deputado Enéas Carneiro, que o médico definiu como “registro histórico do encontro de dois grandes brasileiros”.

A outra foi em setembro de 2020, quando o médico respondeu a uma publicação do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), que publicou um boletim médico do presidente após uma retirada de cálculo de bexiga. 

“Com a graça de Deus nosso presidente Jair Bolsonaro vai superar mais essa adversidade”, escreveu Queiroga ao senador na oportunidade.

O futuro de Pazuello:

O presidente Bolsonaro tem se dedicado a pensar em como acomodar o general Eduardo Pazuello na sua saída do governo. O fato dele ter ocupado cargo no governo ainda como militar da ativa causa incomodo entre os militares e a volta imediata de Pazuello para as forças armadas não é bem quista por alguns oficiais do exército.

Sendo assim, Bolsonaro estuda criar um novo ministério para abrigar um de seus mais importantes aliados durante a pandemia do coronavírus e que pode acabar sendo alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), além de responder por um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) relacionado a sua atuação na crise sanitária.

Segundo apurou a CNN com fontes do Palácio do Planalto e do Ministério da Saúde, a ideia seria criar o Ministério Extraordinário da Amazônia e indicar Pazuello como o titular da pasta. Também é cogitada a possibilidade do general assumir o comando da estatal Itaipu Binacional, de alguma autarquia federal e, até mesmo, se tornar assessor especial do presidente da República.

(CNN com informações de Guilherme Venaglia) 


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