Faleceu na manhã desta sexta-feira, 14, o Conselheiro aposentado do Tribunal de Contas do Estado e membro da Academia Paraibana de Letras, Flávio Sátiro Fernandes. Ele estava internado no Hospital Memorial São Francisco para tratamento, mas não resistiu e veio a óbito. O velório e sepultamento ainda não foram informados.
Flávio Sátiro Fernandes nasceu em Patos-PB, aos 13 de janeiro de 1942, filho de Sebastião Francisco Fernandes e Emilia Sátyro Fernandes. Fez os estudos primários no Grupo Escolar Rio Branco e os ginasiais no Ginásio Diocesano de Patos. Transferindo-se para o Recife, matriculou-se no Colégio Padre Félix, onde realizou o curso colegial. Após aprovação no concurso vestibular, ingressou na Faculdade de Direito do Recife, por onde se graduou em 1964. Da turma participavam vários outros paraibanos, dentre eles, Romero Nóbrega, Eilzo Nogueira Matos, Mário Silveira, Jadér Pimentel, Jomar Morais Souto, Roberto Figueiredo, Carlos Hermano Mayer, Aguinaldo Agra, José Herberto Lucena, Lácio Alves Cavalcanti, José Epaminondas Segundo.
Voltando à Paraíba, exerceu diferentes cargos públicos, a começar pelo de Advogado de Ofício da Comarca de Patos, que ocupou por dez anos; membro do Conselho Estadual de Educação; Secretário de Estado do Interior e Justiça; Procurador Geral do Tribunal de Contas do Estado; Professor da antiga Universidade Autônoma, depois Centro Universitário de João Pessoa; Professor da Universidade Federal da Paraíba e Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, órgão do qual foi Presidente três vezes.
Flávio Sátiro presidiu o Tribunal de Contas por 3 vezes, sempre com uma atuação marcante. Como presidente do TCE, criou o setor médico, a Escola de Contas – ECOSIL e o SAGRES – Sistema de Acompanhamento da Gestão, ao lado de auxiliares como os auditores Luzemar Martins, Francisco Claudino Neto, Ed Wilson, Francisco Pordeus, Raimar Redoval de Melo, Eugênio Nóbrega, Oscar Mamede e outros nomes decisivos naquele órgão.
Em 1968, fundou e passou a dirigir a Faculdade de Ciências Econômicas de Patos, célula-mater do atual complexo universitário daquela cidade. Há quem diga que não fosse o seu trabalho inicial, juntamente com o Professor José Gomes Alves, não existiriam, hoje, os vários cursos em funcionamento.
Pertencente à Academia Paraibana de Letras, ao Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, Instituto Histórico de Patos, Instituto Histórico de Campina Grande (sócio-correspondente), à Academia de Letras de Teófilo Ottoni (sócio-correspondente), a Academia Paraibana de Letras Jurídicas e várias outras instituições jurídicas do país.
Publicou, entre outros, os romances Festa de Setembro e A Cruz da Menina, Geografia do Corpo e o Passarinho e a Flauta (poemas). Na área Jurídica é autor dos livros História Constitucional da Paraíba, História Constitucional dos Estados Brasileiros (em co-autoria com o seu primo e Constitucionalista Paulo Bonavides, falecido em 2020 ), Conheça a Constituição, e Lições de Direito Administrativo. No campo da história, escreveu Na rota do tempo (datas, fatos e curiosidades da história de Patos), Subsídios para a história do Ginásio Diocesano de Patos.
Flávio Sátiro era neto do Coronel Miguel Sátyro e Sousa, que foi chefe político em Patos por muitos anos, e sobrinho do Governador Ernani Sátyro. Deixa a esposa, Eliane Dutra Fernandes (psicopedagoga) e os filhos, Flávio Sátiro Fernandes Filho (Advogado), Roberta Dutra Sátiro Fernandes (Auditora), Dario Dutra Sátiro Fernandes (Advogado da AGU) e Érico Dutra Sátiro Fernandes (Servidor Federal), além de nove netos.