O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), voltou a defender uma frente das siglas de direita dos estados do Sul e Sudeste para aprovação de pautas no Congresso, e sobretudo, para a próxima disputa eleitoral em 2026. Para ele, estas federações estão em situação de desvantagem. 

“O que nós queremos é que o Brasil pare de avançar no sentido que avançou nos últimos anos — que é necessário, mas tem um limite— de só julgar que o Sul e o Sudeste são ricos e só eles têm que contribuir sem poder receber nada”, disse Zema, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, divulgada neste sábado 5.

“Está sendo criado um fundo para o Nordeste, Centro-Oeste e Norte. Agora, e o Sul e o Sudeste não têm pobreza? Aqui todo mundo vive bem, ninguém tem desemprego, não tem comunidade…Tem, sim. Nós também precisamos de ações sociais. Então Sul e Sudeste vão continuar com a arrecadação muito maior do que recebem de volta? Isso não pode ser intensificado, ano a ano, década a década”, afirmou.

O argumento de que os estados do Norte e Nordeste têm mais beneficiários nos programas sociais, segue a mesma linha do discurso do governador na agenda de julho, em Curitiba. 

Na ocasião, ele disse que as federações seriam a solução para o País por terem mais trabalhadores. Posteriormente, acusado de xenofobia, ele rebateu, dizendo que foi ‘mal interpretado’ em sua fala

Em relação a pobreza e fome no Brasil, os dados divulgados pelo IBGE mostram que o cenário é mais alarmante nas regiões Norte e Nordeste. “A incidência da pobreza nessas regiões atingiu mais de 40% de suas populações em 2021”, aponta o relatório. 


 

Eleições 2026

Reeleito em 1º turno no seu Estado e um forte nome vinculado ao bolsonarismo, Zema disse preferir “apoiar um bom nome” em vez de sair candidato ao Planalto. Mas sugere que o campo deveria ter apenas um nome para disputar a eleição presidencial de 2026. 

“Tudo vai passar por um processo da direita tentar se unir e encontrar um nome que tenha apoio. Mas se for para lançar dois, três nomes (em 2026), aí é para dar de mão beijada a reeleição ao adversário”, afirmou. 

Os nomes cotados para representar a direita no Planalto, segundo ele, são os governadores, Tarcísio de Freitas(Republicanos-SP); Ratinho Júnior(PSD-PR), e Eduardo Leite (PSDB-PR).

Congresso 

Já em referência a votação da reforma tributária, que foi aprovada pela Câmara, mas deve ser analisada no Senado neste semestre, Zema reforça uma suposta desvantagem das regiões Sul e Sudeste.

“Outras regiões do Brasil, com estados muito menores em termos de economia e população se unem e conseguem votar e aprovar uma série de projetos em Brasília. E nós, que representamos 56% dos brasileiros, mas que sempre ficamos cada um por si, olhando só o seu quintal, perdemos“, afirmou. “Ficou claro nessa reforma tributária que já começamos a mostrar nosso peso”.



Carta Capital 

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