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Lobos revestidos em pele cordeiro: O falso Moralista

Resultado de imagem para lobo vestido de cordeiroO falso moralista é o típico cidadão que adora criticar os políticos, mas, na vida privada, muitas vezes age de forma igual (ou pior) que eles, verdadeiros lobos, em pele de cordeiro. Essas criticas são muitas das vezes oriundas de cidadãos não isentos, mais sim, certos aproveitadores beneficiados por alguma classe ou setor da sociedade, em uma sórdida tentativa de atingir os que se opõem a eles ou a suas ideologias.

Não rouba (ou rouba e ainda não sabemos), como muitos políticos. Mas, como considera que todos eles são iguais (ou seja, corruptos e carreiristas), não dá a menor importância ao ato de votar e, por isso, costuma escolher corruptos como seus representantes, verdadeiros bandidos que para eles são quase Deuses. Não usa a máquina pública em benefício próprio, mas também não hesita em furar a fila no banco, sonegar impostos, roubar a vaga de um cadeirante, ou até mesmo praticar estelionato, tudo isso porque entende que, no vale tudo da vida, justifica-se que o interesse privado sobreponha-se ao público. O que importa, afinal, é levar vantagem, por isso acredito, que o seu completo descaso com os idosos e cadeirantes, sonegação, estelionato, além de sua soberba,  enquadra-o na categoria dos falsos moralistas. 

Quero fazer menção e justiça ao jornalista que inspira o título deste artigo. Trata-se de Cláudio Abramo, um dos ícones do jornalismo. Em artigo publicado na Folha de S. Paulo de 14 de novembro de 1985, Abramo fez uma vigorosa crítica ao modo como certos atores sociais trataram o então senador Fernando Henrique Cardoso após suas declarações à imprensa sobre a maconha. Por causa disso, FHC foi classificado de “maconheiro” pelos seus adversários.

O Fernando Henrique Cardoso de hoje presta, ele próprio, relevantes serviços ao falso moralismo quando aponta nos governos do PT equívocos que ele mesmo cometeu durante os oito anos em que foi presidente da República. Mas não consta que tenha sido, algum dia, maconheiro.

Por conta do maquiavélico cinismo que marcou o episódio envolvendo FHC, Claudio Abramo intitulou seu artigo de “Somos todos maconheiros”, afirmando que todos deveríamos ser classificados desta forma por permitir que se cometessem injustiças como esta sem, no entanto, condenarmos a inexistência de autoridade moral dos mentirosos. 

O saudoso Abramo não está mais entre nós. Mas sem sombras de duvidas renovaria os termos do seu artigo se constatasse que, de fato, não somos mais apenas “maconheiros”. Muitas vezes, somos bem mais que isto. Somos, também, “falsos moralistas”.

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