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Ciro já foi ministro da Integração Nacional no governo de Lula e esteve ao lado do PT em episódios como a luta contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Mas, desde 2018, intensificou as críticas ao partido, que, diante da impossibilidade jurídica de Lula disputar aquela eleição presidencial, decidiu lançar Fernando Haddad (PT) para o pleito.
Nestas eleições, escalou os ataques a Lula, incluindo a corrupção em um dos pilares de seu discurso. Alvo de uma forte campanha de “voto útil”, que fustigava sua própria candidatura ao Palácio do Planalto, Ciro chegou a chamar o petista de “corrupto” e “fascistóide”.
No vídeo, Ciro se comprometeu a não ocupar cargos em eventual governo petista. “Pelo Brasil, minha luta e a do PDT seguirão sempre firmes. Não aceitaremos imposições ou cabrestos de quem quer que seja. Adianto que não pleiteio e nem aceitarei qualquer cargo em eventual futuro governo. Quero estar livre, ao lado da sociedade, em especial da juventude, lutando por transformações profundas”, afirmou.
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Além do fato de não mencionar o nome de Lula e de não falar abertamente em apoio (embora indique por dizer que acompanha a decisão de seu partido), Ciro dá uma série de recados à campanha petista. Em um deles, diz não acreditar que a democracia está em risco nestas eleições, contrariando um ponto defendido com frequência por aliados de Lula.
“Não acredito que a democracia esteja em risco neste embate eleitoral, mas sim no seu absoluto fracasso em construir um ambiente de oportunidades que enfrente a mais massiva crise social e econômica, que humilha a esmagadora maioria do nosso povo”, disse.
Nas eleições de 2018, Ciro foi muito criticado por, logo após a derrota no primeiro turno, decidir viajar a Paris e não ingressar na campanha de Haddad contra Bolsonaro. O episódio também foi abordado no vídeo: “Ao contrário da campanha violenta da qual fui vítima, nunca me ausentei ou me ausentarei da luta pelo Brasil. Sempre me posicionei e me posicionarei na defesa do país contra projetos de poder que levaram nosso povo a essa situação grave e ameaçadora”.
“Espero que essa decisão ajude a oxigenar, temporariamente que seja, a nossa democracia, mas, se não houver a busca efetiva de novos ares, de novos instrumentos, estaremos à mercê de um respirador artificial frágil e precário, limitadíssimo no tempo e no espaço”, declarou.
Ciro Gomes terminou a disputa ao Palácio do Planalto em quarto lugar, com 3.599.287 votos, o equivalente a 3,04% dos votos válidos no primeiro turno. Ele ficou atrás da senadora Simone Tebet (MDB), que obteve 1,3 milhão de votos a mais.